fui convidado pelo jornalista e apresentador de televisão Sidónio Bettencourt para participar no programa atlântida, a propósito do livro "rabiscos da minha ilha" de co-autoria minha e da Carmen Ventura. programa esse que é difundido para as comunidades emigrantes.
enquanto esperava pelo momento da entrevista, fui falando com o Srº Manuel Teves, agora reformado, mas conhecido na nossa praça como um excelente encarregado de construção civil.
da conversa surgiu recordações da minha mãe, do meu pai.
falando e rabiscando... e da mistura de ambas as artes, (atenção; não me considero artista) de conversar e desenhar, nasceu estas portas da cidade. e prolonguei o gosto, o prazer do desenho colorindo em casa da minha nova família.
a minha mãe, que já se foi, apesar de não ver, dedicava-lhe todos os meus rabiscos. tantas vezes saía de casa dizendo:
- mãe, vou rabiscar!
- vai, meu filho. logo quero vê-los!
ontem, saí de casa pelas 15 horas. não disse a ninguém para onde ia e ao que ia. mas na minha memória ecoava "...vai, meu filho. logo quero vê-los..."
pois é, eu, hoje, não tenho mãe viva. mas tenho-a sempre comigo. e será sempre para ela que desenho.