"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Correio dos Açores - Edição de 22 de Abril de 2015


Rabo de Peixe, 19 de Abril de 2015

Gosto imenso quando o sol bate de frente nas fachadas que rabisco. Os contrastes das sombras dão sempre realidade ao desenho. É o caso deste rabisco, feito numa tarde de sol ventosa, obrigando-me a procurar uma sombra, embora permanecesse a presença contínua do frio. Esta Ermida, situada num alto em Rabo de Peixe, tem a sua fachada virada a poente. O largo aí existente conduz-nos a olhar para a lindíssima costa norte da ilha de S. Miguel que, para quem ainda não conhece, é um excelente ponto de interesse.

Muito se tem falado da Vila de Rabo de Peixe a propósito da manutenção, ou não, da esquadra da PSP desta localidade. Aliás, a minha visita a Rabo de Peixe foi com o intuito de desenhar a dita esquadra, mas decepcionado com a sua arquitectura, optei por seguir em frente. De fato, quem reclama por mais policiamento e melhor esquadra tem toda a razão e sentido no pedido. Em 2011, a população de Rabo de Peixe era de sensivelmente 8800 habitantes. Este número é um excelente indicador, por si só, para mostrar às entidades competentes o quão necessário é dotar a localidade com instalações dignas tanto em condições, como também em número de policiamento.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Correio dos Açores - Edição de 15.Abril.2015


Ponta Delgada, 11 de Abril de 2015

O fim de semana que passou foi agreste em termos de clima. Ventoso, chuvoso e com as temperaturas a baixarem de tal forma que fez pensar não estarmos na primavera. Daí ter feito este rabisco sentado no carro, agradavelmente acompanhado pela minha filhota. As abertas eram apetecíveis e, por isso, o azul do céu e as sombras definidas.

São estes recantos, estes espaços com um sei lá o quê de urbano e rústico, a título de exemplo, que nos podem fazer valer para atrair turismo. A semana passada lia, aqui neste jornal “os turistas das low cost ainda não chegaram à restauração da Lagoa”. Convém lembrar que não são as low cost que levarão os tão famigerados turistas às localidades, nem tão pouco os vão fazer sentar às mesas da nossa restauração. Será toda uma envolvência, entre instituições públicas, associações empresariais, que devem desenvolver uma política de cativação e atracção ao turismo.


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Correio dos Açores - Edição de 8 de Abril de 2015


Vila Franca, 04 de Abril de 2015

Pela primeira vez neste espaço abordo um rabisco de Vila Franca do Campo, muitas vezes apelidada de “primeira capital micaelense”. Então, hoje, e baseado na minha opção de virar costas ao mar, apresento-vos a Ermida de Nossa Senhora da Paz.

Já por diversas vezes estive no miradouro do Monte da Senhora da Paz, mas desta vez algo de diferente se passou. Vi um chegar e sair de turistas como nunca antes tinha visto. Quero crer que influência das low-cost. Ouvi espanhol, inglês e português, mas este último com sotaque madeirense. Ainda assim e, apesar da diferença da língua e da cultura, todos pareciam entusiasmados com a beleza da paisagem. Por outro lado, ouvi o guia turístico explicar aos forasteiros que aquela beleza também contempla a produção agrária da banana, do ananás e da vinha, entre outras. É vigorante reconhecer a qualidade dos nossos operadores e guias, que devem manter actualizadas as informações de caráter geral, histórico e cultural.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Correio dos Açores - Edição de 1 de Abril de 2015


Ponta Delgada, 29 de Março de 2015

O rendilhado do frontispício da Igreja do Colégio dos Jesuítas em Ponta Delgada é complicado de desenhar, a sua dificuldade é proporcional à sua beleza e afastei-me do mesmo para ficar numa posição diagonal à fachada. Assim, o rabisco fica na intenção de fazer parecer. De referir que este frontispício, de linhas barrocas, foi adoçado ao anterior em obras realizadas a partir de 1737 e nunca concluídas devido à expulsão dos Jesuítas em 1760.

Por outro lado, sentado no meu banquinho de nilon aquando da feitura deste rabisco, apercebo-me do quanto seria benéfico criar um Largo digno deste nome. Um espelho de água, por exemplo. Perguntar-me-ão e o estacionamento? Pois, é esse mesmo estacionamento desorganizado, atulhado e desadequado que nada dignifica o espaço urbano. Muito menos engrandece os monumentos históricos envolventes. Bem sabemos que o espaço para o efeito de estacionamento é pouco, mas lembro que os estacionamentos da periferia de Ponta Delgada estão vazios, como por exemplo os parques junto ao cruzamento do Papa Terra e junto ao parque Urbano de Ponta Delgada.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Calheta Pêro de Teive


Ponta Delgada, 22 de Março de 2015

Confesso que comecei a medo, se calhar, daí, o resultado final não ser o que esperava, no entanto, fica-me na retina o quanto esta zona de Ponta Delgada é bonita.

Depois de tanta tinta derramada e tantas vozes a opinar, cada uma com a sua sentença, eis que dentro em breve são retomadas as obras no novo hotel do casino e da galeria comercial na Avenida Marginal. Já não era sem tempo. É urgente intervir a bem da saúde pública, da imagem e da vivência nesta zona da cidade.