"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Correio dos Açores - Edição de 30 de Março de 2016




Ponta Delgada, 26 de março de 2016

É, para mim, a mais bonita Lagoa dos Açores, a Lagoa do Fogo. E conheço quase todas. Este monumento natural, inserido na Reserva Natural da Lago do Fogo, é um importante ponto de interesse quer turístico, quer para investigação científica da biodiversidade e de outros aspetos existentes na zona. Tanto que, em 2008, foi publicado, no Diário da República, um decreto legislativo regional com vista à proteção, conservação e gestão do Parque Natural da Ilha de S. Miguel. 

Agora, com o crescente aumento turístico, julgo ser de todo conveniente renovar os cartazes informativos, os elementos urbanísticos de preservação do ambiente, como por exemplo papeleiras de lixo, bancos e floreiras de limitação de estacionamento. Enfim, uma pensada e estudada requalificação destes espaços exteriores onde, cada vez mais, são visitados pelos forasteiros que fazem do amor à natureza uma filosofia de vida, ao mesmo tempo que, divulgando estas experiências, as transformam na melhor campanha publicitária que a região necessita.

domingo, 27 de março de 2016

TukáTulá Bar


Fiz este rabisco depois de um passeio à Lagoa do Fogo com a Paula. Por forma a retemperar energias, paramos no areal de Santa Bárbara, onde existe o Bar Tuká Tulá. Eu bebi café e a Paula uma água lisa. 

Os primeiros traços fí-los a grafite, mas a confiança estava em alta e sem pensar muito abandonei o lápis e avancei com a caneta. O resto do café que ficou na chávena serviu para colorir o rabisco. Distraído, e sem pensar, jamais julguei que o açúcar no fundo da chávena iria dar um brilho diferente ao tom terra da água de café.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Correio dos Açores - Edição de 23 de Março de 2016


Ponta Delgada, 20 de Março de 2016

Por inerência profissional, tenho passado muitas vezes, nos últimos tempos, pelo Largo de Santo André, na Ribeira Grande. E, sempre que o faço, afirma-se o meu desejo de rabiscar, fica na retina a miscelânea de cores existentes no local e, claro está, a dúvida de qual o melhor enquadramento para fazer o tão desejado rabisco. Nesta manhã de domingo, o frescor da brisa fazia sentir-se e, por isso, optei por ficar sentado no carro, aceitando o enquadramento possível que o estacionamento permitia. O resultado é esse que vos apresento.

Aproveito a oportunidade para revelar que, na sequência da publicação dos meus rabiscos neste jornal, tenho sido frequentemente abordado, no sentido de promover aos leitores e observadores dos rabiscos que aqui vou apresentando, a oportunidade de deixarem os seus testemunhos. Aceitando, então, o desafio, deixo-vos o correio eletrónico para o qual, a partir de hoje, poderão enviar as vossas opiniões e tecer todas as observações e comentários que considerarem pertinentes. O objetivo é melhorar, a cada rabisco, o meu desempenho. desenhosdaquiedali@gmail.com 

quarta-feira, 16 de março de 2016

Correio dos Açores - Edição de 16 de Março de 2016


Ponta Delgada, 13 de março de 2016

Deambular pelo centro de Ponta Delgada com o intuito de rabiscar fez-me experenciar, neste passado domingo, sensações contraditórias. Por um lado e, como se já não bastasse a minha frequente alusão ao estacionamento no Largo da Matriz, pude constatar que também existem carros estacionados em ruas onde só os peões deveriam usufruir da sua pouca largueza. Mais, ao virar a esquina da Travessa do Aljube em direção ao sul, há uma ilha chamada de Ecológica. Sinceramente, de ecológico só tem o nome. Com efeito, nos “hallway” de entrada para algumas lojas de comércio, são visíveis os vestígios de quem lá passou a noite. Por outro lado, foi agradável deparar-me com edifícios e atitudes tão marcantes, como a casa onde viveu Almeida Garrett, quando ele e a sua família se refugiaram nos Açores, fugindo da segunda invasão francesa e o cuidado que alguns comerciantes começam a ter na publicitação da gastronomia que têm para oferecer. 

quinta-feira, 10 de março de 2016

Apetite


enquanto esperava um amigo para almoçarmos, peguei no caderno e fiz um pré esboço a grafite. gostei da primeira abordagem e continuei. este é o resultado final. 

quarta-feira, 9 de março de 2016

Correio dos Açores - Edição de 9 de Março de 2016


Ponta Delgada, 6 de março de 2016

Praia da minha juventude, a das Milícias, em S. Roque. Ainda este fim de semana a minha filhota perguntava-me: “Pai, no verão, posso ir só com as minhas amigas para a praia?” Qualquer que seja, neste momento, a resposta a dar, para mim, é sempre ingrato cortar as vontades do meu Tesouro. Mas também não consigo prescindir da sua segurança. E, assim, vou tentando encontrar um meio termo, procurando respeitar as vontades e as necessidades de nós os dois. Com efeito, sinto que não posso nem devo ser aquele pai exageradamente conservador. Porém, quando é que saberei se é o momento certo de dar mais liberdade à Bárbara? Ser pai é muito difícil, e mais difícil se torna se tomarmos como exemplo o nosso tempo. Assim e, na tentativa de fazer o meu melhor, opto por valorizar na minha filhota a responsabilidade, confiança e genuinidade que a tornam uma menina tão especial, explicando que estas características lhe permitirão, na altura certa, usufruir das liberdades que a sua maturidade demanda. Não obstante, há também a questão social, as críticas da família e dos amigos por permitir essas “liberdades” tão cedo ou por limitar a sua autonomia e independência. E a essa questão social está sempre ancorada as notícias de negligências parentais que acontecem um pouco pelo mundo fora. O que me vai valendo é ter na Paula uma companheira de mão cheia e de coração enorme.

terça-feira, 8 de março de 2016

2º Encontro Internacional de Desenho de Rua - Torres Vedras, Portugal


Torres Vedras é hoje, um dos destinos preferenciais para os amantes do desenho de rua (urban sketching), não só a nível a nacional, como a nível internacional. O Encontro Internacional tem privilegiado o intercâmbio de desenhadores (sketchers) portugueses, espanhóis e brasileiros. Para além da promoção do nosso património, pretendemos sobretudo, promover a integração de novos praticantes, através de momentos de partilha, dando a conhecer novas técnicas, novos conceitos, novos mundos, mas sobretudo, mostrando que aqui qualquer pessoa pode desenhar. O desenho não é um “dom”, é paixão e treino.

“A mão treina-se? – Claro. A mão acentua hábitos, memoriza-os e depois sofistica-se…é a mão que selecciona criteriosamente o instrumento que usa para desenhar – o lápis, o pastel, o pincel, a caneta Bic…através do hábito”. (Vítor Neves, arq. 2012)
Este ano, voltámos a convidar desenhadores que se destacam pela forma apaixonada com que vivem o desenho e a forma singular com que registam o seu quotidiano.

Portugal: Helena Monteiro (Lisboa); António Procópio (Mafra); Paulo Brilhante (Açores); Bruno Vieira (Torres Vedras); Pedro Alves (Torres Vedras); André Baptista (Torres Vedras)
Espanha: Celia Burgos (Cádis); Joaquin Gonzalez Dorao (Madrid)
Brasil: Danilo Yamamoto (São Caetano-SP); Márcia Rosenberger (Santo André-SP); Edward W. K. Wandeur (Santo André – SP); José Clewton (Natal); Flávio Ricardo (SP); Lia Rossi (Curitiba)

Datas: 6, 7 e 8 de maio
Local: Torres Vedras
Organização: Cooperativa de Comunicação e Cultura
Parceiros: Município de Torres Vedras e Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Coordenação: CCC - Inês Mourão e André Baptista
Inscrições e informções: geral@ccctv.org

Espanhol
6, 7 y  8 de Mayo
2º encuentro Internacional de Dibujo en la Calle
Torres Vedras es hoy uno de los destinos preferidos por los amantes del dibujo en la calle (urban sketching) no solo a nivel nacional como también internacional. Este encuentro internacional promueve el intercambio de dibujantes portugueses, españoles y brasileños. Además de la promoción de nuestro patrimonio intentamos promover la integración de nuevos dibujantes, a través de momentos de compartir, dando a conocer nuevas técnicas, nuevos conceptos, nuevos mundos, pero sobre todo, mostrando que aquí todos pueden dibujar. El dibujo no es uno don, es pasión y entrenamiento.
“ ¿La mano se entrena? – ¡Claro! La mano acentúa hábitos, los memoriza y después  se sofistica… es la mano la que selecciona específicamente el instrumento que utiliza para dibujar -el lápiz, el pastel, el pincel, el bolígrafo Bic … a través del hábito.” (Vítor Neves, arq. 2012)

Este año volvemos a invitar dibujantes que se destacan por la forma apasionada con que viven el dibujo y su manera singular de registrar lo cotidiano.
Portugal: Helena Monteiro (Lisboa); António Procópio (Mafra); Paulo Brilhante (Açores); Bruno Vieira (Torres Vedras); Pedro Alves (Torres Vedras); André Baptista (Torres Vedras)
España: Celia Burgos (Cádiz); Joaquin Gonzalez Dorao (Madrid)
Brasil: Danilo Yamamoto (São Caetano-SP); Márcia Rosenberger (Santo André-SP); Edward W. K. Wandeur (Santo André – SP); José Clewton (Natal); Flávio Ricardo (SP); Lia Rossi (Curitiba)
Fechas: 6, 7 e 8 de Mayo
Lugar: Torres Vedras, Portugal
Organización: Cooperativa de Comunicação e Cultura
Colaboradores: Município de Torres Vedras y Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Coordinación: CCC - Inês Mourão y André Baptista
Inscripciones y información: geral@ccctv.org

quinta-feira, 3 de março de 2016

Correio dos Açores - Edição de 02 de Março de 2016


Vila Franca do Campo, 28 de Fevereiro de 2016


Devo confessar que, quando faço incursão por este tipo de registo diferente do realmente observado, começo a sentir necessidade de ir alterando aquilo que vou apresentando semanalmente nesta página do Correio dos Açores. Fugir à rotina diária tem sido difícil e mais difícil está a ser mudar o registo habitual do desenho apresentado. Bem sei que muito há por registar, pois, não fosse tudo motivo para desenhar. Mas por vezes falta a confiança, a coragem de alterar o “establishment”.