"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Correio dos Açores - Edição de 26 de Outubro de 2016


Ponta Delgada, 23 de Outubro de 2016

De tão esquisito andava o tempo, com abertas repentinas e inconstantes, que mais à tarde se veio a confirmar o temporal que esta mutabilidade revelava. Tanto revelava que a coloração do meu rabisco é também ela uma verdadeira panóplia de cores desgarradas umas das outras. Inicialmente procurei uma colagem, mas até esta se revelou inócua. Mas depois de colado, não fazia sentido estar a retirar. Daí a coloração por cima da folha do jornal. O aspeto que hoje vos apresento é a Torre da PT em Ponta Delgada, cidade que adoro desenhar. Mas sentado no muro da avenida, com o vento fresco e sentido, não foi das melhores sensações que desejava usufruir.  

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Correio dos Açores - Edição de 19 de Outubro de 2016


Angra do Heroísmo, 17 de Outubro de 2016

Meus caros leitores, não quero fazer deste espaço um lugar-comum de crítica política, mas como membro da CPI de S. Miguel do CDS-PP, não me sentiria bem deixar passar este tempo e não manifestar a minha indignação com os resultados do partido em referência. Ora, como é sabido, na única ilha onde o CDS-PP desceu foi na Terceira. Todavia, se analisarmos os mandatos, verificamos que foram eleitos 3 deputados desta mesma ilha (o blá blá blá vai começar quando me disserem que somos todos açorianos). Esta é a prova cabal, indispensável para uma futura reflexão interna, de que este partido anda mal dirigido. Anda ao sabor da prepotência e arrogância do seu líder. Os votos nas restantes ilhas andam a servir de “muleta” às suas “vitórias de Pirro”. Ou seja, esquarteja o partido. Um partido acantonado à Ilha Terceira. Não quero crer que as estruturas da ilha do Pico, da do Faial e mesmo a da das Flores, estejam satisfeitas com esta forma de liderança. Hoje percebe-se, ou melhor, desmonta-se, as razões do tal comportamento de Artur Lima aquando da escolha do cabeça de lista por S. Miguel. Enfraquecer o partido nesta ilha, de tal forma a que os votos sirvam tão só e apenas para eleger mais um ou outro mandato pelo círculo da compensação, onde todos os votos contam, mas que, no caso do CDS-PP, a composição desta lista não é equitativamente distribuída pelos restantes círculos eleitorais da Região. Mais, também se percebe as razões das primeiras palavras no discurso da noite eleitoral; justificar com esta “vitória de Pirro” que não está morto. Serve-se de apêndices para se salvar. E se analisarmos os resultados eleitorais deste partido desde 2008, para não falar desde sempre, é uma “montanha russa”, é um “sobe e desce” sem nexo, sem sentido. Por outro lado, convém registar que não conseguiu galvanizar o partido na Ilha do Corvo de forma a apresentar uma lista a este acto eleitoral. Ilha esta onde o CDS-PP já teve representação parlamentar. Posto tudo isto, estando o PSD Açores na “mó de baixo”, o CDS-PP, o natural “herdeiro” destes descontentes, não consegue reergue-se de forma “cabal”.


Quanto ao desenho, espero que gostem. É o Forte de S. Sebastião em Angra do Heroísmo. Cidade repleta de história e estórias. E que muito, mas mesmo muito gosto me dá rabiscar.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Correio dos Açores - Edição de 13 de Outubro de 2016



Ponta Delgada, 10 de Outubro de 2016
Apesar de estarmos longe do carnaval, julgo que ninguém me levará a mal ao tomar a opção de escrever hoje sobre a atualidade política regional. No próximo dia 16 vamos ter eleições regionais. E muito por culpa dos partidos da oposição, não se discutiu nada de novo neste período de campanha eleitoral. Infelizmente, discute-se muito nas redes sociais os erros de uns, as provocações de outros e informação relevante, para fazer uma escolha capaz, nada. Ri-go-ro-sa-men-te NADA.


Todavia, houve uma notícia do jornal Expresso, na sua edição de 8 de outubro, que pouca relevância teve, e até mesmo nas redes sociais verifiquei que andávamos mais preocupados com o debate entre Hillary e Trump. O jornal expresso informa, segundo dados estatísticos do INE (Instituto Nacional de Estatística), o seguinte:  “A Região Autónoma dos Açores lidera, face ao resto do país, no desemprego, nas condenações por crimes de abuso sexual, no insucesso escolar, no abandono escolar e no analfabetismo, na violência doméstica, na gravidez na adolescência, no consumo de álcool, na pobreza persistente e bate os recordes nacionais de dependência do Rendimento Social de Inserção,18.292 beneficiários, 8.4% da população (dados de julho de 2016), a mais alta taxa do país (que é de 2%).” Posto isto, pouco mais há a dizer sobre as eleições regionais. 

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Correio dos Açores - Edição de 05 de Outubro de 2016



Ponta Delgada, 01 de Outubro de 2016


Todos nós temos história? Sim, temos todos. E a minha, no sábado passado, foi a participar num workshop de escrita e desenho no jornalismo. Mas ao que parece, escrever este texto está a ser bem mais difícil do que os outros. Está, pois! Terá sido porque aprendi que devemos pensar no arranque da crónica/texto e, ou, encontrar forma de manter preso o leitor aos nossos escritos? Bem, toda esta panóplia de informação recebida, neste passado fim-de-semana, leva-me à seguinte conclusão: a crónica está no limbo entre texto literário e o jornalismo (que raio, não percebo nem dum, nem doutro). Depois, não é notícia, não tenho que me preocupar com  “o quê, quem, quando, onde, como e porquê”. Mas há algo que me preocupa, são os desenhos. Gosto que o leitor se identifique com eles, se envolva com as cores, com os lugares, com a paisagem, e perceba um pouquinho da minha ou da sua história apenas com o rabisco!