"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 26 de Maio de 2017


Ponta Delgada, 20 de Maio de 2017

Gosto imenso dos recortes, dos rendilhados, da costa da nossa ilha. E como forma escapar um pouco ao aglomerado de gente provocado pela enorme devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, fui em busca de outras paragens. Na sequência, hoje, procuro representar o Morro das Capelas. Esta peça geológica faz parte da “área Protegida de Gestão de Recursos do Porto das Capelas – Ponta das Calhetas, perfaz uma área de 1499 ha, inclui áreas de interesse geológico e de interesse natural para o desenvolvimento de habitats particulares para espécies de fauna e flora. O Morro das Capelas corresponde a um cone de tufos, formado na sequência de uma erupção freato-magmático muito explosiva e constitui uma importante área para a nidificação de diversas aves marinhas, nomeadamente o Cagarro e o Pintainho (Puffinus assimilis)”.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 17 de Maio de 2017

Ponta Delgada, 14 de Maio de 2017

Para além da vida profissional que cada um de nós tem, os nossos “hobbies” são a extensão do nosso dia-a-dia. E com ela procuramos alguma paz, algum conforto e satisfação. Foi o que fiz depois de um sábado complicado em termos profissionais. Consciente ou inconscientemente, não sei, mas sei que “fugi” para a frente de uma igreja. O certo é que, passados os 20 minutos a rabiscar a Igreja da Nossa Senhora das Neves, na Relva, os pensamentos surgiram novamente com clareza e definição. Achando o rabisco na folha dupla um pouco vago, e já de regresso em direção a Ponta Delgada, parei na “cabeceira” poente do aeroporto, na esperança de observar algum avião em manobras de aproximação, mas a espera para este fim tornou-se infrutífera. Todavia, a encosta da Relva é muito escarpa e apetecível de colocar no papel. Foi isso que fiz. Não é com clareza que se tem essa noção através do desenho, mas que é alta e de difícil acesso, lá isto é. A coloração fi-la no dia seguinte, tranquilamente e já tetra-campeão. 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 11 de Maio de 2017


Ponta Delgada, 07 de Maio de 2017

O rabisco que hoje vos apresento é um antigo posto de transformação da EDA. Situa-se no Pópulo de Cima. O que me apraz no observado é a sua geometria, a singularidade da peça e a constatação da evolução destes equipamentos. Hoje os postos de transformação são muito mais simples, mas se calhar sem tanta beleza arquitetural. Todavia, é aceitável, tendo em conta a melhoria do fornecimento de energia elétrica. Coisa que ainda não acontece na ilha Terceira, uma vez que no passado dia 28 de Abril, tanto o concelho da Praia da Vitória, como o de Angra do Heroísmo, ficaram sem esse fornecimento um bom par de horas no período da tarde. Sinal da evolução dos tempos? Ou sinal de que ainda há muito a fazer?

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 03 de Maio de 2017


Ponta Delgada, 01 de Maio de 2017

Hoje apresento-vos um rabisco da peça de arte do escultor japonês Minoru Niizuma. A obra encontra-se junto ao Forte de S. Caetano na praia da Melícias, em S. Roque. Devo referir que as entidades competentes poderiam e deveriam dar mais atenção à envolvente onde se encontra esta escultura. Tal como está, a obra parece desgarrada e descuidada, o que, por si só, dá a sensação de ser um amontoado de pedras basálticas, colocadas de forma a equilibrarem-se. Mas, com toda a certeza, é muito mais do que isso. Talvez uma placa identificativa da obra de arte, de seu nome - Açores - resolvesse uma parte deste descuido.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 28 de Abril de 2017


Ponta Delgada, 17 de abril de 2017

Como vos tenho dito, o diário gráfico é também para mim um sítio de experimentações. Tanto ao nível do desenho, como da coloração dos mesmos. Neste que hoje vos apresento, a experiência mais não é do que passar um lápis de cera branco nas molduras e cimalhas da imagem e aplicar uma aguada simples por cima de todo o desenho. A “gordura” da cera não deixa o papel absorver a cor da dita aguada, ficando assim, um tipo de negativo do objeto desenhado.

Quanto ao alvo do rabisco, confesso que me fascinam as nossas ilhas e, por esse motivo, poder deixar nos meus cadernos o registo das minhas passagens por cada uma delas é um privilégio. Desta vez, a imagem apresenta um dos edifícios tão presentes da Terceira – a Igreja de São Mateus.