Fui visitar com a minha filhota a exposição "Sou um trabalhador incansável, absorvido totalmente na minha arte, porventura um pouco sonhador, não acha?" de Domingos Rebêlo
Está exposta no Museu Carlos Machado, em comemoração dos 125 anos do nascimento do artista micaelense - Domingos Rebêlo. E o título desta exposição diz tanto.
Nunca devemos baixar os braços ao trabalho que gostamos de fazer. Mais, vai muito além desta manifestação de entrega ao que gostamos. Atira-nos para o futuro. Incentiva à criação de coisas novas, porque sonhar é isso. Sonhar é, e não só, acreditar que se pode alterar o estados das coisas.
Como é sabido, tenho-me debatido por uma maior dinâmica para o grupo USK Açores, parece que agora também já são USK S. Miguel. Manifesto, sem rodeios, sem hipocrisias, com coragem de tocar com os dedos nas feridas, as minhas opiniões sobre o que gostava de ver num grupo de desenho em diários gráficos. O que tenho feito não é criticar por criticar. É criticar e sugerir. Podem até menosprezar estas opiniões, acusando-as de "bullying" ao grupo, no entanto, antes de menosprezar e acusá-las do que quer que seja, deviam discuti-las. Reconhecer que, em vez de se perder tempo em formalismos, e isso o grupo USK Terceira deve já andar farto, há muito a dinamizar. Vou-me repetir. E repito-me porque vejo a mesma inércia, o mesmo mofo.
O trabalho sobre desenho de escolas e instituições em volta dos alunos em S. Miguel é meritório. Devemos valorizar o trabalho dos professores que, na maior parte dos casos, com poucos recursos fazem imenso. Exemplo disso foi o trabalho desenvolvido no Centro de Artes Contemporâneas - Estar para ver... (n)o arquipélago e, no âmbito desta exposição que acima vos falo, o desafio que foi lançado aos alunos e professores das escolas Domingos Rebelo e Antero de Quental. Abaixo alguns destes trabalhos. E trabalhos estes; magníficos!
Agora, o que o grupo USK Açores poderia fazer é imenso. Está reduzido à realização de uns encontros. Felizmente que a partir de Agosto de 2015, depois de uma critica e uma pedrada no charco, foram dinamizados mais encontros. Falta mais, muito mais. Falta dinamizar workshops, falta contactar casa de cultura existentes em diversas e inúmeras freguesias da ilha, interagir com escolas das diversas localidades, trazer ao meio as diversas experiências dos artistas locais, realizar exposições em diversas localidades da ilha, criar desafios à comunidade sketcher no blogue. E tudo isso tem razão de ser, vejamos:
1 - Fomentar workshops - fazer com que o cidadão comum tenha uma ferramenta que o faça munir de capacidades iniciais para a prática do desenho em cadernos, fazendo o seu diário gráfico;
2 - Contactar casas de cultura - ir ao encontro destas mesmo, para de alguma forma, interagir com as populações locais, desde os mais jovens, aos de mais idade;
3 - Interagir com escolas - fazer palestras / divulgações junto destas para de alguma forma levar a conhecer o quão estimulante é desenhar em cadernos, ou outro qualquer suporte;
4 - Artistas locais - convidar estes artistas a participarem nos encontros e a falarem um pouco das suas experiências, os seus suportes de experimentalismos, técnicas, materiais, etc...;
Enfim, um conjunto de sugestões que não são realizadas por inercia, pouca vontade, pouca iniciativa e uma acomodação sem igual em qualquer agremiação.
Estou muito contente por ter sabido, em Maio último, aquando da minha participação no Encontro Internacional de Desenho de Rua, Torres Vedras, de um workshop que se irá realizar nos próximos tempos em Ponta Delgada, ministrado por um excelente skecher português e uma escritora de renome nacional. Não poderei avançar mais pormenores uma vez que foi-me dito numa conversa casual. E só estou a tocar neste assunto, para demonstrar que, infelizmente, temos que esperar que outros de fora venham fazer um trabalho que os de cá não estão a ser capazes de dinamizar.
Completamente de acordo, Paulo! Alargar em vez de afunilar!
ResponderEliminarArmando, obrigado pela atenção e leitura das minhas palavras. Lamento, mesmo, a fraca iniciativa desde grupo. Dois anos passados desde a criação desta "sucursal" as coisas continuam na mesma.
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