Virando costas à metrópole o que observo é Tejo
e a outra margem. A neblina não deixava ver com definição os contornos e as
formas, mas optei por registar o momento. Resolvo, então, sentar-me num dos
bancos existentes no muro junto ao Cais das Naus e assim, com tranquilidade,
com tempo, lá puxei do caderno e da caneta. Comecei pelo skyline da outra
margem, até que dada altura não consigo vislumbrar onde termina a terra e
começa a linha do horizonte. Mas a identificação do local fica marcada com o
registo do Cristo-Rei e a Ponte 25 de Abril. O burburinho era imenso, dezenas
de turistas passeavam na zona, vendedores de toda a espécie tentavam ganhar
algum dinheiro com qualquer “traquitana”. Inclusive fui abordado por um
sujeito, de aspeto nada duvidoso, com oferta de venda de haxixe e marijuana. O
desenvolvimento trás coisas boas e coisas más. Espero que no nosso caso, com
localidades bem mais pequenas do que a de Lisboa, consigamos, com as nossas
autoridades, evitar este tipo de negócio.
"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Correio dos Açores - Edição de 20 de Outubro de 2017
Ponta Delgada, 16 de Outubro
de 2017
Depois
de ter participado no 3º Encontro Internacional de Desenho de Rua, em Torres
Vedras, e com algum tempo disponível, resolvi percorrer a baixa de Lisboa. Apesar
da névoa que cobria esta zona à beira rio, o calor que se fazia sentir era
imenso, em parte pela temperatura ambiente, em parte pela vontade de desenhar e
de colocar em prática algumas das influências que bebi durante o Encontro. Devo
confessar que o compromisso que assumi comigo mesmo de procurar dar sempre o
meu melhor, acarreta uma responsabilidade acrescida e aumenta a minha
autocrítica, pelo que as iniciativas que facilitam o desenvolvimento das minhas
competências são desafios que abraço com genuína admiração.
Consciente, então, dessas premissas, amparei-me
num poste de iluminação da Praça do Comércio, observando por breves instantes a
tarefa que, a mim mesmo, me propus realizar, mesmo que nem sempre o resultado
me satisfaça. Muito do que hoje é Portugal passou, e continua a passar, por
este local, cujos edifícios envolventes, ainda hoje em dia, estão parcialmente ocupados por alguns departamentos
governamentais.
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Correio dos Açores - Edição de 12 de Outubro de 2017
O
rabisco que hoje vos apresento é o tardoz da Torre da Matriz em Ponta Delgada.
Confesso que não soube dar profundidade ao registo. Depois de concluído, reparo
que poderia ter feito as vistas mais distantes com um traço de espessura mais
fina, ou então, que as peças mais próximas do meu ponto de observação tivessem
uma maior dimensão. No entanto, não desisti do próprio desenho e resolvi
mostrá-lo aos leitores, reconhecendo assim mesmo, que poderia ter sido mais bem
conseguido.
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Correio dos Açores - Edição de 4 de Outubro de 2017
Ponta Delgada, 02 de Outubro
de 2017
Aproveitando um dos rabiscos, da viagem de
regresso, aquando das minhas férias, fiz uma colagem quase geral da página
dupla do meu diário gráfico. O desenho é o motor e a asa de um dos Boeing
737-800 da Ryanair e no meu imaginário fi-lo a sobrevoar o Douro. Há
relativamente pouco tempo, ficamos a saber da mais que provável operacionalidade
sazonal da Delta Airlines para Ponta Delgada, com 5 voos por semana. Devemos
ficar satisfeitos com mais este passo importante no desenvolvimento turístico
da região, todavia, e o tempo é escasso, não devemos descurar a própria sustentabilidade
do crescimento turístico. Ter cuidados ambientais, ter atenção à invasão do
betão e, acima de tudo, as próprias condições socioeconómicas dos habitantes
da região.
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