"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Correio dos Açores - Edição de 19 de Agosto de 2015


Ponta Delgada, 16 de Agosto de 2015


O que me trás tantas vezes a esta costa é a sua beleza, frescura e, em tão poucos metros percorridos pelo olhar, uma variedade imensa de cores nas suas escarpas. Deambular pela minha ilha, observar o que nos rodeia, é muito entusiasmante. É tão entusiasmante que partilho convosco pedaços do meu diário gráfico e entro numa contradição. Quando, à partida, temos o diário como um objeto intimo e apenas nosso, partilho, aqui e muitas vezes nas redes sociais, com quem não conheço, os rabiscos que faço. Uns mais bem conseguidos do que outros, mas o que importa registar é a conexão, a simbiose entre o desenho e o pensamento. 

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Correio dos Açores - Edição de 12 de Agosto de 2015


Ponta Delgada, 08 de Agosto de 2015

A costa norte da ilha de S. Miguel é fresca, saudável e cheia de pontos de vista de superior interesse. A minha opção, durante a visita que fiz a este local, foi rabiscar a Ermida de S. Pedro que aqui vos apresento e que se situa na freguesia dos Fenais da Luz, mas, nas minhas costas, encontrava-se um magnífico cenário. Consegui vislumbrar, o que não é difícil em dias de céu limpo, toda a cumeeira das Sete Cidade e por conseguinte, o anfiteatro desta encosta norte que se estende até ao mar. Todavia, a opção foi a Ermida de S. Pedro, data a sua construção no Séc. XVI, e o cenário não é de menor interesse do que o outro.

Iniciei pelo desenho do edificado da ermida, de fachada simples, o simples é bonito. Na sua envolvente à direita vislumbra-se a costa norte nascente. Desde o Pico da Barrosa até ao início montanhoso a nascente, inclusive morro de Santa Bárbara. As cores, estas, apliquei-as depois. Sentado no sofá. Já aqui vos disse; concluir a coloração do rabisco em casa é perlongar o contentamento do percurso efetuado durante o dia.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Correio dos Açores - Edição de 5 de Agosto de 2015


Ponta Delgada, 02 de Agosto de 2015

O mês de agosto é propício a passeios, a piqueniques… E este 1º domingo de agosto, como bom micaelense que sou, não fugi ao ritual de, nesta época do ano, fazer um passeio com familiares vindos do Canadá. Quanto mais visitamos a Vista do Rei, mais gostamos da sua paisagem. Não resisti em pegar no diário e registar tamanha beleza. É-me sempre difícil transpor para o papel a quantidade de verdes e azuis que as nossas paisagens possuem. Por este motivo e,  com algum receio de estragar o contorno que inicialmente fiz a lápis, fiquei-me pelas cores esbatidas e pouco mais.

Se há paisagem nos Açores com um elevado número de visitantes, esta é, com toda a certeza, uma das maiores. Talvez por isso, mas não só, devia merecer, por parte das instituições que tutelam estes pontos turísticos, uma maior e mais cuidada atenção a aspetos que digam respeito à sinalização turística, limpeza e número de papeleiras de lixo e, quiçá, outra especial atenção ao imóvel abandonado que se encontra no cimo da Vista do Rei. O “cartaz” nas costas de quem olha para a Lagoa das Sete Cidades é muito mau para ser verdade.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Aos Urban Sketchers dos Açores

Caros Amigos Urban Sketchers dos Açores,

Deixei de fazer parte do núcleo organizativo dos USK Açores (Usk Az).

Esta minha opção nada tem a ver com falta de tempo. Nada tem a ver com pouca motivação para desenhar. Aliás, se calhar tem a ver com a paixão que tenho pelo desenho em diários gráficos. Tanto é que, com esta paixão que criei ao desenho, pude fazer um livro para dedicá-lo à minha Mãe. Logo, é por paixão que estou para o desenho. Cada um de nós encontrará objetivos para desenhar. Eu, por exemplo, faço-os por diversas razões; uma delas é, sem dúvida, porque me faz pensar. Outra, com a mesma relevância, é para oferecê-los aos meus.

No entanto, fazendo parte do grupo "fundador" dos Usk Az, sinto-me na obrigação de justificar a minha saída.

Como sabem, o grupo Usk Az tem “filiação” ao USK Portugal, e por conseguinte, este último ao USK Internacional. Respeitamos um manifesto que é do conhecimento de todos os “sketchers”.
Todavia, em nada fugindo ao manifesto, sou da opinião que o grupo Usk Az tem tido pouquíssimas iniciativas próprias. Os eventos / encontros que têm surgido tem vindo quase, senão sempre, a ser associados a outras iniciativas de outros grupos de índole cultural. Até aqui nada de mal. Mas é preciso fazer mais. É preciso criar uma dinâmica sequencial de encontros; colocar desafios à nossa comunidade de “sketchers”; contatar instituições, como escolas, Câmaras Municipais, Casas de Cultura das diversas localidades; interagir com o cidadão comum, não só apenas com aqueles que têm acesso mais rápido ao “ato de desenhar”. É preciso fomentar workshops e convidar artistas, mesmo que locais, a ministrá-los. O que tenho sentido com o que tenho vindo a sugerir é um bloqueio a essa abertura, a esse fazer mais, a esse realizar sem estar, inicialmente, preocupado com “superior qualidade”. A qualidade vem com a prática; vem, se necessário, com erros cometidos.

Desta forma, e porque o núcleo organizativo é, em minha opinião, pequeno, deveriam ser convidadas pessoas com vontade de fazer, de realizar, de incutir, que sintam paixão pelo movimento, mas acima de tudo, que deem um pouco de si, porque dar de si, mesmo que pouco, se for dado por mais, move montanhas. Sinto que o atual núcleo organizativo está “agarrado” a uma ideia de desenho que pouca motivação cria à iniciativa de qualquer cidadão comum partir nesta aventura maravilhosamente bela que é o desenhar por observação direta. Sentir paixão pelo desenho não é apenas dizer que se tem um diário gráfico. É muito mais do que isso. E se calhar é isso mesmo que falta, paixão em ver outros desenhar.

Uma vinha não deve ser podada nem demasiado cedo, nem demasiado tarde. Os Usk Az foram fundados em Março de 2014. O processo de cativação de mais elementos participativos e aumentar a nossa comunidade “sketcher” tarda a arrancar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Correio dos Açores - Edição de 29 de Julho de 2015


Ponta Delgada, 26 de Julho de 2015

Agradeço imenso o “feedback” que tenho tido por parte de amigos e conhecidos sobre a minha aventura de ter um rabisco por semana aqui neste Jornal que, por sua vez, os acolheu de uma forma muito carinhosa. Devo, ainda assim, enfatizar que não sou artista, sou apenas um curioso que faz no seu dia-a-dia um registo dos locais por onde passa. Cada um dos rabiscos conta uma história, uma vivência e, sem pretensão, transmite um sentimento e uma observação. E é isso que procuro a cada semana fazer passar.

Hoje apresento-vos o ilhéu de Vila Franca do Campo, um pequeno éden que está a ser protegido com cuidado. As visitas são controladas e existem regras para quem lá é visitante. Este tema surgiu-me por já ter lido, algures na impressa local, que instâncias superiores iam legislar no sentido de criar proteção ao nosso património, quer seja arquitetónico, quer seja geológico. Com efeito, o valor da nossa ilha, da beleza que ela oferece, da paz e tranquilidade que ela transmite merece que todos nós, cidadãos, empresas e governos, procuremos sempre novas formas de a preservar, de manter o seu encantamento.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Ao final do dia...

Depois de um passeio até às sete cidades, apeteceu rabiscar... a o resultado foi este rabisco, colorido a uma só cor.