"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 8 de Novembro de 2017


Ponta Delgada, 06 de Novembro de 2017

Aproveitando a vinda de uma Urban Sketcher amiga de Lisboa, a Rita Catita, e a seu pedido, fomos expressamente desenhar a Praia dos Moinhos, que para ela, é o lugar mais bonito do mundo. Fiquei entusiasmado, uma vez que, gostos à parte, e apesar da sua singular beleza, na nossa ilha há muitos mais lugares mais bonitos do mundo. A Rita é veterinária e veio a S. Miguel participar nas Jornadas da Associação Portuguesa de Buiatria, que ocorreu de 3 a 5 de Novembro em Ponta Delgada. Faço essa referência para insistir no aspeto de que não é necessário estar ligado às artes, para desenhar. O desenho em cadernos, ou noutro suporte qualquer, está ao alcance de qualquer pessoa. E teimo em chamar aqueles que, no silêncio das suas 4 paredes, têm receio de mostrar o que fazem. O grupo urban sketchers azores, ultimamente, embora ainda insuficiente para aquilo que podem promover, tem tido mais atividade, e neste grupo, é uma excelente forma, dado o espírito de partilha e aprendizagem com outros, para qualquer pessoa se iniciar com afinco à utilização do diário gráfico e se enriquecer com tudo aquilo que esta atividade trás.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 26 de Outubro de 2017


Ponta Delgada, 25 de Outubro de 2017

Virando costas à metrópole o que observo é Tejo e a outra margem. A neblina não deixava ver com definição os contornos e as formas, mas optei por registar o momento. Resolvo, então, sentar-me num dos bancos existentes no muro junto ao Cais das Naus e assim, com tranquilidade, com tempo, lá puxei do caderno e da caneta. Comecei pelo skyline da outra margem, até que dada altura não consigo vislumbrar onde termina a terra e começa a linha do horizonte. Mas a identificação do local fica marcada com o registo do Cristo-Rei e a Ponte 25 de Abril. O burburinho era imenso, dezenas de turistas passeavam na zona, vendedores de toda a espécie tentavam ganhar algum dinheiro com qualquer “traquitana”. Inclusive fui abordado por um sujeito, de aspeto nada duvidoso, com oferta de venda de haxixe e marijuana. O desenvolvimento trás coisas boas e coisas más. Espero que no nosso caso, com localidades bem mais pequenas do que a de Lisboa, consigamos, com as nossas autoridades, evitar este tipo de negócio.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 20 de Outubro de 2017


Ponta Delgada, 16 de Outubro de 2017

Depois de ter participado no 3º Encontro Internacional de Desenho de Rua, em Torres Vedras, e com algum tempo disponível, resolvi percorrer a baixa de Lisboa. Apesar da névoa que cobria esta zona à beira rio, o calor que se fazia sentir era imenso, em parte pela temperatura ambiente, em parte pela vontade de desenhar e de colocar em prática algumas das influências que bebi durante o Encontro. Devo confessar que o compromisso que assumi comigo mesmo de procurar dar sempre o meu melhor, acarreta uma responsabilidade acrescida e aumenta a minha autocrítica, pelo que as iniciativas que facilitam o desenvolvimento das minhas competências são desafios que abraço com genuína admiração.

Consciente, então, dessas premissas, amparei-me num poste de iluminação da Praça do Comércio, observando por breves instantes a tarefa que, a mim mesmo, me propus realizar, mesmo que nem sempre o resultado me satisfaça. Muito do que hoje é Portugal passou, e continua a passar, por este local, cujos edifícios envolventes, ainda hoje em dia, estão parcialmente ocupados por alguns departamentos governamentais.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Ilustrar o Parque Natural


Correio dos Açores - Edição de 12 de Outubro de 2017


Ponta Delgada, 8 de Outubro de 2017

O rabisco que hoje vos apresento é o tardoz da Torre da Matriz em Ponta Delgada. Confesso que não soube dar profundidade ao registo. Depois de concluído, reparo que poderia ter feito as vistas mais distantes com um traço de espessura mais fina, ou então, que as peças mais próximas do meu ponto de observação tivessem uma maior dimensão. No entanto, não desisti do próprio desenho e resolvi mostrá-lo aos leitores, reconhecendo assim mesmo, que poderia ter sido mais bem conseguido.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 4 de Outubro de 2017


Ponta Delgada, 02 de Outubro de 2017

Aproveitando um dos rabiscos, da viagem de regresso, aquando das minhas férias, fiz uma colagem quase geral da página dupla do meu diário gráfico. O desenho é o motor e a asa de um dos Boeing 737-800 da Ryanair e no meu imaginário fi-lo a sobrevoar o Douro. Há relativamente pouco tempo, ficamos a saber da mais que provável operacionalidade sazonal da Delta Airlines para Ponta Delgada, com 5 voos por semana. Devemos ficar satisfeitos com mais este passo importante no desenvolvimento turístico da região, todavia, e o tempo é escasso, não devemos descurar a própria sustentabilidade do crescimento turístico. Ter cuidados ambientais, ter atenção à invasão do betão e, acima de tudo, as próprias condições socioeconómicas dos habitantes da região.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 28 de Setembro de 2017


Ponta Delgada, 21 de Setembro de 2017


Todas as ilhas dos Açores têm a sua beleza, o seu encanto, as suas particularidades; nenhuma fica aquém da outra. O Faial, não que a conheça como outras, tem uma envolvência diferente, pois permite-nos vislumbrar a ilha Graciosa, a de S. Jorge e, pela evidente proximidade, a majestosa ilha do Pico. Numa das minhas mais recentes viagens, já ao final do dia, saí do centro da Horta e dirigi-me até ao Morro da Espalamaca. Nele existe o Miradouro da Nossa Senhora da Conceição, que nos oferece uma vista total sobre a cidade da Horta. Porém, foi a vista sobre o Pico e São Jorge que mais me fascinou. De forma a enquadrar o local de onde fazia o desenho, rabisquei o monumento construído em honra da Santa que lhe dá o nome. Quanto à coloração, optei por usar uma única cor, com diferentes tons e para atingir esses tons diluí a cor original em mais ou menos água conforme as sombras encontradas.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 20 de Setembro de 2017


Ponta Delgada, 18 de Setembro de 2017

Numa incursão pela zona poente da nossa ilha, paro na freguesia das Feteiras. Procuro a igreja e deparo-me com a invulgar localização da sua torre. No entanto, não opto por uma perspetiva na qual a inclua. Sento-me num murete existente no largo à frente da fachada principal da igreja. Daí não vislumbro a referida torre. Faço o rabisco do frontispício do templo e sigo viagem, com a sensação de que o desenho estava vazio. No regresso a Ponta Delgada detenho-me no Miradouro da Vigia, com vista para a costa que Gaspar Frutuoso descreve com harmonia e cuidado. Ainda assim, a página dupla do diário continuava a parecer-me vaga. Esta insatisfação tomou conta do meu desejo de, no dia seguinte, regressar ao local da igreja e aí escolher um ponto onde pudesse abarcar a singular torre da Igreja de Santa Luzia.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 13 de Setembro de 2017


Ponta Delgada, 12 de Setembro de 2017

Com estes rabiscos meios desgarrados, apresento o último da nossa incursão pela cidade de Barcelona. Fiz mais alguns e muitos ficaram por fazer. Todavia, os registos que fui realizando ao longo do pequeno período de férias não ficarão, por certo, numa memória que, com o passar do tempo, se tornaria invisível e abstrata. O registo em diário gráfico é, por si só, um avivar de acontecimentos, a catalogação de um período e o fazer perpetuar sentimentos vividos numa determinada época e local. Tal como acontece com as fotografias ou os diários, dirão os leitores. Certamente! O diário gráfico é a expressão das vivências, das emoções e das imagens que retratamos. E os rabiscos destas férias marcam um período de descoberta, encantamento e felicidade!

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 6 de Setembro de 2017


Ponta Delgada, 5 de Setembro de 2017

Hoje apresento-vos o Tempo Expiatório do Sagrado Coração de Jesus, em Tibidabo. Chegar aqui não é difícil, mas os transportes que temos a apanhar são mais do que eu imaginava. Este templo, erguido no ponto mais alto de Barcelona, Monte Tibidabo, possui uma vista esplendorosa sobre a sua cidade. A rodear o templo existe um parque de diversões, inaugurado, imagine só, em 1899, um dos mais antigos da europa. Nele podemos encontrar em funcionamento algumas das antigas atrações, como o Avião, um dos primeiros simuladores de voo impulsionado pela própria hélice. E claro, também encontramos outras atrações mais modernas, como por exemplo, a montanha russa. 

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Correio dos Açores - Edição de 29 de Agosto de 2017


Ponta Delgada, 29 de Agosto de 2017

A senda por Barcelona ainda não terminou. Hoje apresento-vos aquele que é considerado o mais famoso arquiteto Catalã – Antoni Gaudí. O génio ou o louco, segundo a opinião do seu mestre universitário, que conseguiu culminar as suas paixões, a natureza e a religião, na arquitetura. É o autor de várias obras ilustres, desde a Sagrada Família (ainda inacabada), a Casa Batlló, a Casa Milá e o Park Guell, ícones do turismo de Barcelona.
Desmistificando o suspense que criei na edição anterior, relativamente à Sagrada Família, parafraseio o motivo que Gaudí apresentou para que a torre mais alta deste monumento não ultrapasse o monte Montjuic: “a obra humana jamais deverá ultrapassar a obra do Criador.”

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Correio dos Açores - Edição de 23 de Agosto de 2017


Ponta Delgada, 22 de Agosto de 2017

Continuando a mostrar-vos um pouquinho daquilo que fui observando nas nossas férias, hoje apresento-vos dois rabiscos: o rosto de Alba, fazendo referência ao hotel onde pernoitamos, e a entrada do Castell de Montjuic, um dos tantos pontos turísticos de Barcelona. Do alto deste castelo (a 184 metros) podemos observar toda a cidade e, claro, contemplar mais uma vez o Templo da Sagrada Família. Engraçado é perceber porque razão este Templo, tão repleto de significado, ornamentos e pormenores, não é mais alto (172 metros) do que o Monte, de nome Montjuic. A seu tempo explicar-vos-ei. 

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Correio dos Açores - Edição de 18 de Agosto de 2017



Não foi com este propósito de fazer lembrar Barcelona depois do atentado de ontem, inclusive este rabisco já estava planeado desde a passada quarta-feira. Todavia, e desde já, fica aqui uma singela homenagem aos que sofreram o atentado, bem como à magnífica cidade de BARCELONA

Ponta Delgada, 16 de Agosto de 2017

Chegar a uma cidade, como Barcelona, pela primeira vez, torna-se inquietante querer absorver tudo aquilo que estamos a admirar. Quando tento passar para o diário gráfico o que vou observando, fico como bloqueado. A grandeza, os pormenores, a própria beleza da peça a transpor para o papel e também, se calhar, o tempo disponível, faz com que decida pelo “fazer parecer”. O que hoje vos mostro é a Catedral de Barcelona. A fachada atual é de estilo neogótico. Esta Catedral é dedicada à Santa Cruz (a cruz em que Jesus foi executado) e a Santa Eulália, uma jovem donzela que, de acordo com a tradição católica, foi uma mártir durante a época romana.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Correio dos Açores - Edição de 9 de Agosto de 2017


Ponta Delgada, 08 de Agosto de 2017

Tal como vos tinha dito, mostrar-vos-ei alguns dos rabiscos que fui fazendo pelas paragens inerentes às nossas férias. Este, que hoje vos mostro, é a Torre dos Clérigos, no Porto. Este monumento, da autoria do Arquiteto italiano Nicolau Nasoni (1691-1773), é uma referência na cidade invicta, tanto pelo seu legado histórico-religioso, como também em termos turísticos. Em 2014, após obras de reabilitação e valorização, foram proporcionadas as condições adequadas para a receção de visitantes e a musealização dos seus espaços. Um pormenor em que reparei foi que não vi qualquer viatura estacionada em volta deste edifício. Boas práticas que podiam ser adotadas / copiadas para os nossos monumentos.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Aspectos da ilha Terceira


Numa das minhas mais recentes visitas à ilha Terceira, sobrou um pouquinho de tempo para rabiscar aquilo que ia observando. O primeiro desenho abordado foi o da Ermida da Nossa Senhora dos Milagres. Depois, mas à frente, no sentido Angra/Serreta, desço até à Ponta do Queimado. Onde contemplo as diferentes texturas da rocha quando solidificada pelo contacto com a água fria do oceano. Textura essa que não sou capaz de reproduzir aqui, tanto pela sua dificuldade de interpretação, como pela minha falta de destreza e habilidade para fazê-lo. Seguindo viagem, sempre no mesmo sentido, deparo-me, na localidade de Biscoitos, com um moinho de vento antigo. Já não se encontra em funcionamento. Não sei se é particular ou público, e por fora, apresenta um aspecto cuidado. O que, como memória do passado e uma referência para as gerações vindouras, é de continuar preservar. 

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Correio dos Açores - Edição de 3 de Agosto de 2017


Ponta Delgada, 01 de Agosto de 2017

O rabisco que hoje vos apresento é uma vista de, no local, cortar a respiração. Já todos conhecemos a Vista do Rei, mas esta, para se ter acesso, temos que entrar no parque da Lagoa do Canário. E depois de uma longa, mas deliciosa e fresca caminhada, deparamo-nos com um hino à beleza natural. É uma vista parcial da lagoa azul das Sete Cidade e da lagoa de Santiago. Na próxima semana espero mostrar-vos um pouco daquilo que fui rabiscando durante o período das minhas férias, pelas cidades do Porto e Barcelona.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Pela cidade do Porto


Durante uma breve passagem pelo Porto. Quero também aproveitar a oportunidade de dar os parabéns à cidade, pois, será o Porto, a próxima cidade a acolher o 9º Simpósio Internacional dos Urban Sketchers.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Correio dos Açores - Edição de 27 de Julho de 2017


Ponta Delgada, 9 de Julho de 2017

Hoje, decidi arriscar e partilhar convosco um dos rabiscos de que pouco me orgulho. A falta de concentração, o excesso de calor ou dificuldade em articular o lápis e definir as linhas não me permitiram chegar ao resultado esperado. Principalmente no que concerne à coloração do céu. A colagem serviu exatamente para atenuar o enorme borrão que o representava. Reconheço que esta estratégia não salvou o desenho, mas a vontade de o partilhar convosco serve exatamente para mostrar os desenhos feitos em diários gráficos são registos do nosso estado de espírito, do nosso humor, da nossa disponibilidade emocional e, por esse motivo, o resultado é sempre espontâneo, genuíno e, muitas vezes, surpreendente.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Correio dos Açores Edição de 05 de Julho de 2017


Ponta Delgada, 30 de Junho de 2017

Caminhava para o topo do Miradouro do Ilhéu de S. Roque, quando esta imagem já me captava todo o interesse. De facto a geologia da zona é interessante e, para mim, de difícil representação. Aqui, ao que me dá a entender, a sua formação foi por camadas sucessivas. O local merece outro cuidado das entidades intervenientes. Por exemplo, um cartaz interpretativo do ecossistema da zona. 

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Correio dos Açores - Edição de 29 de Junho de 2017


Ponta Delgada, 26 de Junho de 2017

Ao fazer este rabisco havia muitas coisas a assolar-me o pensamento, principalmente o horripilante incêndio em Pedrógão Grande. Não sou, nem nunca serei especialista em incêndios, o que sei é o que me vai chegando pelos meios de comunicação. E o que a nós chega é a ideia de que o estado, na sua obrigação máxima de proteger os cidadãos, falhou. Gravemente. Nos dias subsequentes registaram-se semblantes carregados, hoje, em festas de apresentação de candidaturas autárquicas, e falo da de Lisboa, são sorrisos de orelha a orelha. Como se nada tivesse acontecido e nada houvesse a explicar. Mais fácil veem explicar o porquê da contratação de um familiar, de um amigo, ou de um qualquer “boy”. Já são conhecidas falhas das diversas entidades envolvidas, desde falhas de comunicação/informação, falhas de assistência, etc, etc. É esse o país que temos, onde o assumir de responsabilidades é atitude vã e a “coluna vertebral” de quem nos governa mais parece um pau fino de plasticina.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Correio dos Açores - Edição de 14 de Junho de 2017

Ponta Delgada, 13 de Junho de 2017

Entre uma viagem e outra, lá fui lendo uma entrevista, dada ao jornal digital “Observador”, pelo deputado da Assembleia da República Sérgio Sousa Pinto. Verdade seja dita, a entrevista, toda ela é interessante. E com ela ficamos a saber que o deputado é um utilizador do diário gráfico. Chama ao seu caderno de “carnet d’artiste, onde uma pessoa vai anotando coisas do dia-a-dia”. Do seu todo, nesta parte lúdica, revejo-me por completo nas palavras do Sérgio. Mais interessante é perceber a dimensão das suas palavras quando diz: “…o desenho exige um tipo de concentração que nos obriga a desligar aquela parte do cérebro onde está alojado o mundo da racionalidade.”

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Correio dos Açores - Edição de 09 de Junho de 2017


Ponta Delgada, 05 de Junho de 2017

Descubro que poderia estar a viver no Nordeste, mas aquilo que mais gosto de rabiscar é Ponta Delgada. E aqui, na cidade maior, tenho os cheiros do mar, o ilhéu, os sons da natureza, com o chilrear dos pássaros no jardim António Borges, ou até mesmo a sinfonia do vento a esgueirar-se nas ramadas das árvores; enfim, é nesta Ponta Delgada que me sinto bem. Por esse motivo, apresento-vos a vista de uma varanda, a varanda de onde vejo a procissão do Senhor Santo Cristo, vislumbro o mercado, um casario antigo muito bem cuidado e a modernidade do tão desproporcional edifício Sol-mar. E isso é o que vos mostro hoje, uma parte do que Ponta Delgada me dá.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Correio dos Açores - Edição de 31 de Maio de 2017


Ponta Delgada, 28 de Maio de 2017

Geralmente os passeios de domingo culminam quase sempre com a degustação de um gelado a observar o mar. E neste passado domingo não foi exceção. Virado para poente, no parque de estacionamento da praia das Milícias, conseguimos vislumbrar parte da costa da freguesia de S. Roque. Aproveitando a beleza da vista, desenhei um rápido contorno da silhueta observada pelo “skyline”. Os rabiscos, depois de enquadrados e proporcionados, foram ganhando forma para a parte inferior do desenho. O resultado é este que hoje vos apresento.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 26 de Maio de 2017


Ponta Delgada, 20 de Maio de 2017

Gosto imenso dos recortes, dos rendilhados, da costa da nossa ilha. E como forma escapar um pouco ao aglomerado de gente provocado pela enorme devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, fui em busca de outras paragens. Na sequência, hoje, procuro representar o Morro das Capelas. Esta peça geológica faz parte da “área Protegida de Gestão de Recursos do Porto das Capelas – Ponta das Calhetas, perfaz uma área de 1499 ha, inclui áreas de interesse geológico e de interesse natural para o desenvolvimento de habitats particulares para espécies de fauna e flora. O Morro das Capelas corresponde a um cone de tufos, formado na sequência de uma erupção freato-magmático muito explosiva e constitui uma importante área para a nidificação de diversas aves marinhas, nomeadamente o Cagarro e o Pintainho (Puffinus assimilis)”.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 17 de Maio de 2017

Ponta Delgada, 14 de Maio de 2017

Para além da vida profissional que cada um de nós tem, os nossos “hobbies” são a extensão do nosso dia-a-dia. E com ela procuramos alguma paz, algum conforto e satisfação. Foi o que fiz depois de um sábado complicado em termos profissionais. Consciente ou inconscientemente, não sei, mas sei que “fugi” para a frente de uma igreja. O certo é que, passados os 20 minutos a rabiscar a Igreja da Nossa Senhora das Neves, na Relva, os pensamentos surgiram novamente com clareza e definição. Achando o rabisco na folha dupla um pouco vago, e já de regresso em direção a Ponta Delgada, parei na “cabeceira” poente do aeroporto, na esperança de observar algum avião em manobras de aproximação, mas a espera para este fim tornou-se infrutífera. Todavia, a encosta da Relva é muito escarpa e apetecível de colocar no papel. Foi isso que fiz. Não é com clareza que se tem essa noção através do desenho, mas que é alta e de difícil acesso, lá isto é. A coloração fi-la no dia seguinte, tranquilamente e já tetra-campeão. 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 11 de Maio de 2017


Ponta Delgada, 07 de Maio de 2017

O rabisco que hoje vos apresento é um antigo posto de transformação da EDA. Situa-se no Pópulo de Cima. O que me apraz no observado é a sua geometria, a singularidade da peça e a constatação da evolução destes equipamentos. Hoje os postos de transformação são muito mais simples, mas se calhar sem tanta beleza arquitetural. Todavia, é aceitável, tendo em conta a melhoria do fornecimento de energia elétrica. Coisa que ainda não acontece na ilha Terceira, uma vez que no passado dia 28 de Abril, tanto o concelho da Praia da Vitória, como o de Angra do Heroísmo, ficaram sem esse fornecimento um bom par de horas no período da tarde. Sinal da evolução dos tempos? Ou sinal de que ainda há muito a fazer?

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 03 de Maio de 2017


Ponta Delgada, 01 de Maio de 2017

Hoje apresento-vos um rabisco da peça de arte do escultor japonês Minoru Niizuma. A obra encontra-se junto ao Forte de S. Caetano na praia da Melícias, em S. Roque. Devo referir que as entidades competentes poderiam e deveriam dar mais atenção à envolvente onde se encontra esta escultura. Tal como está, a obra parece desgarrada e descuidada, o que, por si só, dá a sensação de ser um amontoado de pedras basálticas, colocadas de forma a equilibrarem-se. Mas, com toda a certeza, é muito mais do que isso. Talvez uma placa identificativa da obra de arte, de seu nome - Açores - resolvesse uma parte deste descuido.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Correio dos Açores - Edição de 28 de Abril de 2017


Ponta Delgada, 17 de abril de 2017

Como vos tenho dito, o diário gráfico é também para mim um sítio de experimentações. Tanto ao nível do desenho, como da coloração dos mesmos. Neste que hoje vos apresento, a experiência mais não é do que passar um lápis de cera branco nas molduras e cimalhas da imagem e aplicar uma aguada simples por cima de todo o desenho. A “gordura” da cera não deixa o papel absorver a cor da dita aguada, ficando assim, um tipo de negativo do objeto desenhado.

Quanto ao alvo do rabisco, confesso que me fascinam as nossas ilhas e, por esse motivo, poder deixar nos meus cadernos o registo das minhas passagens por cada uma delas é um privilégio. Desta vez, a imagem apresenta um dos edifícios tão presentes da Terceira – a Igreja de São Mateus.  

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Correio dos Açores - Edição de 12 de Abril de 2017



Ponta Delgada, 10 de abril de 2017


O rabisco que hoje vos apresento é o tardoz do Forte de S. Brás, uma vista de nascente para poente. Estes monumentos impressionam-me bastante, tanto pela sua grandeza, uma vez que o início da sua construção data de meados do Séc. XVI, e nesta época, longe estávamos da facilidade de construção que hoje se vive, como pela história que cada pedra, que constitui este castelo, carrega em si mesma. A esse respeito, podemos falar das razões que motivaram a sua construção, das voltas da decisão e, ainda, das estórias dos homens com as suas forças, braçais e intelectuais, conseguiram erguer este importante monumento da cidade de Ponta Delgada. 

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Correio dos Açores - Edição de 05 de Abril de 2017


Ponta Delgada, 03 de abril de 2017

Esta semana foi marcada pelo Azores Airlines Rallye – 52ª Edição, um evento que mobiliza os melhores pilotos da Europa, fascina os fãs do rallye e promove a nossa ilha, com troços que permitem vislumbrar, sob várias perspectivas, a beleza de São Miguel. Confesso que este evento se torna ainda mais especial pela representação dos pilotos açorianos que juntam a sua competência à humildade e seriedade com que se dedicam à sua causa.

Não é frequente aproveitar um evento para colocar aqui um rabisco sobre o mesmo. Mas este é diferente: quero prestar uma pequena homenagem a um Campeão. Esse Campeão é Horácio Franco. Ídolo de muitos aficionados do desporto motorizado e referência para os que agora, com mérito também, singram nas estradas da nossa ilha. 

quinta-feira, 30 de março de 2017

Correio dos Açores - Edição de 30 de Março de 2017


Ponta Delgada, 27 de março de 2017

No final da passada semana tive que ir à ilha Terceira. O tempo disponível era escasso, e por isso, a caminho do local de almoço, parei o carro na zona do Fanal em Angra do Heroísmo e deparei-me com uma vista fantástica. Para poente vi a costa rendilhada da ilha terceira, desde o Fanal até, se não estou em erro, S. Mateus, conseguindo, simultaneamente, vislumbrar as ilhas de S. Jorge e do Pico. A nascente observava o Monte Brasil. No rabisco que vos mostro hoje, quase que junto a ponta da ilha do Pico com a ponta do Monte Brasil. Mas a distância real não é esta. Resolvi aproximar ambos os polos para, assim, conseguir retratar, na mesma página dupla do caderno, um pequeno vislumbre daquela maravilhosa vista.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Correio dos Açores - Edição de 24 de Março de 2017


Ponta Delgada, 21 de março de 2017

Há muito que desejava fazer este rabisco. Não só pela beleza do “in loco” observado, mas sobretudo pelos sentimentos que me assolam quando subo à Barrosa. Querer sentir e imaginar a formação da geografia desta ilha. Experimentar essa transformação provoca uma condição de vulnerabilidade perante uma energia que nenhum de nós é capaz de suster. Seguindo essa linha de pensamento, seria expectável que me sentisse mais seguro no alto, longe do perigo. Mas é precisamente neste topo que me reduzo a uma imensa pequenez e nela consigo esgravatar a humilde e frágil vida humana. E esse sentimento traz-me, ironicamente, mais segurança. 

terça-feira, 21 de março de 2017

Correio dos Açores - Edição de 21 de Março de 2017


Ponta Delgada, 12 de março de 2017

Não sei explicar o que me traz tantas vezes a este local. A sério que não sei! Será o ilhéu de S. Roque, o forno da cal, a maresia? De uma coisa estou certo: sou apaixonado por Ponta Delgada. Nela sinto-me seguro a desenhar. Cidade de Antero, onde a Esperança não conseguiu demovê-lo. Cidade de Domingos, onde a etnografia dos “Emigrantes” perpetua nas nossas gentes. E hoje, mais uma vez, apresento-vos um rabisco desta cidade, com uma miscelânea de cores, feita a lápis aguareláveis, embora tenha optado por não provocar a fusão das cores com uma aguada.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Correio dos Açores - Edição de 08 de Março de 2017



Ponta Delgada, 04 de Março de 2017

Poderia começar por criticar o próprio rabisco apresentado, mas não é isso que vou fazer. Ele de si já é tão mau que não merece nenhuma palavra de apreço. Todavia, o aspeto real, do outrora Hotel Monte Palace (hoje monte de desolação), nas Sete Cidades, em modesta opinião, é bem mais aterrador ao vivo do que este que aqui traduzo. Aterrador na imagem que passa; aterrador para aquilo que queremos do turismo; aterrador na consciência de cada micaelense. Bem sei que o capital é pouco e que o estado nem sempre se pode substituir aos privados, mas essa questão, do Monte Palace, é premente. Alteram-se leis à justa medida dos interesses partidários, dos privados, das instituições financeiras, etc, etc… Desde do seu fecho já lá vão 27 anos. É demasiada apatia da classe decisória. Não acham? 

quarta-feira, 1 de março de 2017

Correio dos Açores - Edição de 01 de Março de 2017


Ponta Delgada, 26 de fevereiro de 2017

Sempre que viajo até à Ilha do Faial, mais do que o desejo de ver o Pico completamente descoberto e nítido, o meu ímpeto inicial é ir até ao Vulcão dos Capelinhos. Desta vez não foi possível, uma vez que reuniões profissionais não o permitiram. Não obstante, no final do dia, em conjunto com os meus restantes colaboradores, lá fomos ver o que outrora foi o impetuoso e arrebatador Vulcão dos Capelinhos. Quando aqui chego o que mais me impressiona é o silêncio. Esse mesmo silêncio traz com ele o poder de introspeção que, em mim, conduz sempre para um sentimento de pequenez, de efêmero e de grande volatilidade de todo o ser humano, perante aquilo que é a constante transformação terrestre. Já depois do jantar e, sentado no café Peter, dei cor ao rabisco, entre um gole no gim (o meu lá em casa é bem mais saboroso) e uma pincelada com o que sobrou do café. E assim, às camadas, fui colorindo o rabisco que hoje vos apresento. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 22 de Fevereiro de 2017


Ponta Delgada, 18 de fevereiro de 2017

Outrora já vos tinha apresentado um rabisco desta vista da Lagoa das Sete Cidade. Hoje a diferença está na coloração e na composição. Enquanto no anterior coloquei uma palete de cores das mais diversificadas, o de hoje apresenta um aspeto policromático e com uma composição onde a Lagoa divide o espaço com uma casa típica da localidade. Usei uma caneta de aparo médio, com tinta solúvel em água.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 15 de Fevereiro de 2017


Ponta Delgada, 12 de fevereiro de 2017


Ter vindo a este espaço trouxe-me à memória uma infinidade de lembranças. O facto de ter frequentado a escola Canto da Maia, as e os colegas de turma, a professora de Educação Visual (lamentavelmente não me recordo do nome), e até uma visita de estudo a um Solar que existia onde hoje é a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no Lajedo. Esse Solar era propriedade do 1º Visconde de Santa Catarina – Baltazar Rebelo Borges de Castro. Ao que parece, foi doado em tempos uma parcela daquele terreno à Diocese, precisamente para construir um templo. Não sei se partia do pressuposto que o antigo Solar seria para demolir.

Hoje, passado quase uma década da inauguração deste templo, discute-se a demolição do Palacete Caetano de Andrade em Ponta Delgada, para dar lugar a um edifício de comércio. Não vejo, em modesta opinião, razões para tamanho celeuma. Por si só renovar-se-á a zona, deixará de existir um “ponto negro” no centro da cidade e, para além do mais, manter-se-á a fachada principal, deixando assim um “testemunho” importante da arquitetura do Séc. XVI. Em termos comparativos, embora sejam casos completamente diferentes, do Solar no Lajedo não restou a mais pequena pedra, ficando apenas, para memória futura, as duas palmeiras que aqui retrato. Não vos parece ter valido a pena? 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 09 de Fevereiro de 2017


Ribeira Grande, 05 de fevereiro de 2017

Sempre que passo na circular norte da Cidade da Ribeira Grande, a minha observação diverge para uma Torre que se destaca no aglomerado habitacional da freguesia de Santa Bárbara. Agora, como munícipe da cidade nortenha, não fazia sentido observá-la apenas de longe e de passagem. Depois do almoço de domingo em família, lá fui eu em busca da torre que o meu rabisco contempla. Deparei-me, então, com uma Igreja de arquitetura contemporânea (ano de construção 1959), muito ao estilo do “Estado Novo”. De referir que a envolvente é de apetecível poiso, pois, a ladear este templo, encontram-se espaços verdes de lazer, raros junto desses monumentos religiosos. 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 03 de Fevereiro de 2017


Ribeira Grande, 29 de Janeiro de 2017

Já em casa e sentado no sofá, depois de uma viagem até à ilha de S. Jorge, faço a coloração deste rabisco. Pelo meio tive uma aterragem no aeroporto da ilha Terceira, onde o Dash Q400 parecia uma folha de árvore sacudida e levada pelo vento. Valeu a acalmia do tempo em S. Jorge, propicia ao desenho, pois todo e qualquer recanto desta ilha merece ser rabiscado. Com pouco mais de duas horas para desenhar, lá encontrei, a caminho do aeroporto das Velas, uma localidade chamada Queimada. Esta localidade oferece uma vista para a Vila de Velas e os seus dois Morros – o Morro Grande e o Morro de Lemos. Mas não me fiquei por aí; mais adiante encontrei a Ermida da Nª Srª da Boa Hora. Não perdi tempo, pois este já era escasso, e acrescentei à mesma folha os traços singulares desta Ermida.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Jorge Sena - Poesia 2




ENTRE O CÉU
E A TERRA PASSAM
Entre o céu e a terra passam
Quem passa? Nós?
Quem nós? Quem?

Passam terra e céu -
- O quê? Nós?
- O nós? O?

Jorge de Sena - Poesia 2

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 26 de Janeiro de 2017


Ribeira Grande, 23 de Janeiro de 2017

Ao final do dia de segunda-feira, 23 do corrente, ainda não tinha feito o rabisco a apresentar esta semana aos meus leitores e amigos que, com muita simpatia, me abordam, incentivam e muitas vezes pedem para rabiscar um ou outro aspecto das localidades onde residem. Mas o tempo urgia e com mais uma semana bastante atarefada pela frente, não perdi mais tempo e lá fui eu em busca de um recanto na cidade da Ribeira Grande. Sentado na escadaria norte da Igreja da Nª Srª da Estrela, vejo um bonito aglomerado de edificações, que outrora, com toda a certeza, foram moradas de Família de muitos Ribeiragrandenses. Hoje, para além de habitação, há edifício de serviços, escritórios, de turismo, etc. Deparo-me também com nomes de artérias de gente ilustre, como por exemplo, Travessa do Drº Gaspar Fructuoso, Rua de João d’Horta e ainda o tão homenageado Prior Evaristo Carreiro Gouveia. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 20 de Janeiro de 2017


Ribeira Grande, 15 de Janeiro de 2017

Outrora já vos mostrei aqui um rabisco do CAC – Arquipélago, na Ribeira Grande, mas hoje, o que mos mostro é um rabisco, do mesmo complexo, feito na mesma folha, mas dando uma continuidade da observação. Ou seja, é um desenho distendido realizado em dois pontos de observação. Neste rabisco estão presentes os 4 pontos cardeais. A coloração não é mais do que a delimitação, a amarelo, do “skyline” e a cinza escuro do “grounding line” – limite na ligação dos planos horizontais com os verticais.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Correio dos Açores - Edição de 12 de Janeiro de 2017


Angra do Heroísmo, 08 de Janeiro de 2017

Poderia começar o Ano Novo com rabiscos alusivos à época festiva, e motivos não faltavam. Pois, até reparei num deputado da nossa praça a manifestar-se incomodado com a forma e como os festejos, do Povo, se realizou na baixa da Cidade de Ponta Delgada. Certamente não teve em conta que há pouco tempo atrás esteve de casa em casa, do mesmo Povo que agora festejou a passagem de ano, a pedir o voto para a sua causa. Não ouvi murmúrio algum de indignação aquando desta “caça ao voto”. Pasmei-me com essa manifestação de desassossego. Poderia até pegar na mais recente polémica sobre a falta de produtividade no plenário regional. Ou, agora mais recentemente, sobre o cancelamento e adiamento de toda a semana de trabalhos no plenário. Uns não cancelam visitas de estado, outros preferem os adiamentos a trabalhar. Mas isso tudo para vos dizer que não é essa a minha motivação com estes rabiscos publicados aqui no Jornal. Hoje apresento-vos, e não foi de propósito, a Igreja da Nossa Senhora de Belém na ilha Terceira, coloquei no “imaginário” umas estrelas, para de forma utópica desejar que elas nos guie a uma maior produtividade e ao bom senso que deve prevalecer nestes dias de arranque do Ano. Feliz Ano Novo a Todos!