"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Correio dos Açores - Edição de 24 de Março de 2017


Ponta Delgada, 21 de março de 2017

Há muito que desejava fazer este rabisco. Não só pela beleza do “in loco” observado, mas sobretudo pelos sentimentos que me assolam quando subo à Barrosa. Querer sentir e imaginar a formação da geografia desta ilha. Experimentar essa transformação provoca uma condição de vulnerabilidade perante uma energia que nenhum de nós é capaz de suster. Seguindo essa linha de pensamento, seria expectável que me sentisse mais seguro no alto, longe do perigo. Mas é precisamente neste topo que me reduzo a uma imensa pequenez e nela consigo esgravatar a humilde e frágil vida humana. E esse sentimento traz-me, ironicamente, mais segurança. 

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