"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Correio dos Açores - Edição de 27 de Abril de 2016


Ponta Delgada, 25 de abril de 2016

Este registo do anfiteatro das Portas do Mar é diferente do habitual que aqui vos tenho apresentado. Ainda há poucos dias, numa publicação que fiz no meu blogue, dizia que ultimamente não tenho gostado das primeiras abordagens à cor nos desenhos que tenho feito. Por conseguinte, vou sobrecarregando a tinta até conseguir um efeito que me agrade. Neste caso, a opção foi mesmo esquecer a aguarela e seguir em frente com marcadores, utilizando apenas duas cores: o preto e o cinza. Usei o primeiro nas linhas de contorno (lamy-safari), nas manchas mais escuras, para destacar o tom do chão, que se encontrava molhado, e nos respingos, para quebrar a monotonia do cinza do céu, representado com a segunda cor, um marcador “light grey” – nada melhor para caracterizar a palidez do céu dos Açores nestes dias nebulados e abafados.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Complexo Portas do Mar - Ponta Delgada


a mistura que aqui vos apresento é de bradar aos céus. 

iniciei este desenho com uma caneta faber-castell pitt - artist pen de cor sépia (tinta escura extraída do molusco cefalópode conhecido como choco ou siba (Sepia officinalis) - mas não foi esta tinta natural que usei. depois, em casa, sentado na minha secretária, quis experimentar uns marcadores da tombow - abt e uns da winsor & newton - pigment marker. não contente com o resultado (ultimamente não tenho gostado das primeiras abordagens à cor), fui em busca de um utensílio (o que encontrei foi um esfuminho em papel) onde pudesse molhá-lo numa tinta preta que comprei hoje, aero color black da schmincke, e de uma forma leve, fazer uma marcação do contorno do edificado que queria realçar. o resultado é este que aqui vos apresento. 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Correio dos Açores - Edição de 20 de Abril de 2016



Ribeira Grande, 15 de abril de 2016
No dia 15 de abril celebrou-se o dia do desenhador e, um pouco por todo o mundo, reuniram-se grupos para registar esta efeméride. A principal intenção foi lembrar que toda a nossa envolvência pode constituir um motivo para desenhar. Há os que se interessam mais por peças arquitetónicas, outros por pessoas na sua vivência quotidiana, outros ainda que preferem as paisagens e os encantos da natureza e todos os demais que, em qualquer circunstância, encontram um motivo para treinarem a arte de rabiscar.


Infelizmente por cá, em S. Miguel, esta data não mereceu a devida atenção. Se, por um lado, vou registando uma maior afluência de pessoas que se interessam pelos registos gráficos, por outro denoto a necessidade de se proporcionar mais encontros, workshops, convidar artistas locais para transmitirem as suas experiências, por exemplo. É preciso interagir com o cidadão comum, criar desafios à comunidade cultural. Como refere João Catarino, professor na Faculdade de Belas Artes e ilustrador, “o segredo é praticar…” Por isso, caros leitores, peguem num caderno e pratiquem.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Correio dos Açores - Edição de 13 de Abril de 2016



Ponta Delgada, 10 de Abril de 2016


Depois de asseguradas as minhas responsabilidades sociais, como um dos elementos representantes do CDS-PP, nomeadamente a presença no Congresso do PCP, que decorreu no passado fim de semana, em São Miguel, segui rumo a poente da nossa ilha, com o intuito de fazer mais um dos meus rabiscos. Por consequente, hoje apresento-vos a Igreja de S. Sebastião, situada na freguesia dos Ginetes. Para a colorir, optei por usar uma cor apenas. Mas como as nossas escolhas nem sempre são as mais acertadas, considerei defraudadas as minhas expectativas face ao resultado pretendido. O rabisco revelou-se despedido de cor. Felizmente, o espírito crítico e a mente aberta podem ser ferramentas essenciais na correção dos desvios e melhoria dos desempenhos. Assim sendo e, mesmo correndo o risco de não convencer os leitores, coloquei à prova a minha criatividade e deixei cair gotas da aguada com a mesma cor sobre o caderno. Confesso que a sensação de risco provocada por esta arbitrariedade me devolveu o ânimo que buscava quando iniciei este rabisco.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Correio dos Açores - Edição de 6 de Maio de 2016


Porto Formoso, 02 de abril de 2016

Este fim-de-semana foi repleto de passeios pela nossa magnífica ilha e uma das paragens obrigatórias foi numa das duas fábricas de chá, das seis que já existiram em S. Miguel. Importa referir que, de toda a Europa, é cá, na nossa ilha, que se encontram as únicas plantações de chá com fins industriais.


Este passeio, motivado pela visita de três grandes amigos que vivem no continente, foi revigorante. O André Duarte Batista (1), a Marta e o Tomás colocaram a nossa ilha num patamar que eu não sabia que existia. Repare-se que este fato não significa que eu não valorize ou aprecie cada recanto, cada edifício ou cada paisagem de São Miguel. Foi com orgulho que os levei a visitar exatamente estes locais que, simultaneamente, costumam ser a minha inspiração quando rabisco! O que acontece é que enquanto habitante, vejo sempre, nos percursos que faço, aspetos a melhorar. A intenção é sempre a mesma: tornar a nossa ilha ainda mais atrativa, protegida e acolhedora e fazer com que estes valores perdurem no tempo. (1) O André Duarte Batista é Arquiteto e que também é apaixonado pelo desenho em diários gráficos. É um importante impulsionador do desenho de rua na cidade de Torres Vedras.

terça-feira, 5 de abril de 2016

a partilha


Foi com enorme gosto que acompanhei a visita à nossa ilha do André Duarte Batista, da Marta e do jovem encantador Tomás.

Aqui está o registo da praxe do mini encontro. Mini só pelo número.