"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Correio dos Açores - Edição de 27 de Julho de 2016


Ponta Delgada, 24 de Julho de 2016

Hoje apresento-vos um “ex libris” da nossa cidade, as Portas da Matriz. Estas portas são um símbolo da primitiva defesa terrestre da cidade, na costa sudoeste da ilha. Data a sua construção em 1733 e com o início das obras de abertura da Avenida Infante D. Henrique em 1948, foram apeadas. Depois novamente erguidas no centro da Praça de Gonçalo Velho em 1952, onde permanecem até hoje. Sendo que hoje é um símbolo de entrada para a cidade de Ponta Delgada que caracteriza perfeitamente o nosso bem receber.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Correio dos Açores - Edição de 20 de Julho de 2016


Ponta Delgada, 18 de julho de 2016

Esta segunda-feira tive que fazer uma viagem relâmpago à ilha Terceira. No aeroporto comecei por fazer o rabisco que hoje vos apresento, sentado, a fazer tempo, antes de entrar para a zona de controlo da bagagens de mão. Depois do convite aos passageiros para se dirigirem para a porta de embarque e fazermos fila, reparo na manutenção a ser realizada ao avião que nos levaria até ao nosso destino. Tudo isso é normal. O que, e eu sou leigo nesta matéria, não acho normal, durante a entrada dos passageiros para o avião, ainda permanecerem 2 mecânicos em cima deste a executar as tarefas de manutenção e ou reparação. Se há coisa que gosto de sentir quando viajo de avião é segurança. Mais uma vez em meu entender, toda a manutenção devia ter sido realizada antes de ter sido dada ordem de entrada na aeronave. E nestas coisas de segurança de aeronaves emprega-se bem o provérbio de César e Pompeia – não basta o avião estar seguro, tem que parecer seguro.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Correio dos Açores - Edição de 13 de Julho de 2016


Ponta Delgada, 10 de julho de 2016

Antes do almoço, fui até ao Cerco, na Caloura. O dia estava quente e abafado e, nesta magnífica orla costeira, não se sentia uma única brisa fresca. Não obstante, rendi-me à beleza da paisagem, deduzindo que, junto ao mar, a aragem seria sempre mais agradável e propícia ao desenho. Palmilhei uns metros de escoada vulcânica até encontrar um local cómodo, dentro do espectável, para me sentar e observar o anfiteatro que é esta zona da Caloura. A sensação que tive ao percorrer uma dúzia de metros foi de que a terra conquistou o mar de mansinho e ali permanece de forma sólida e inabalável. 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Correio dos Açores - Edição de 6 de Julho de 2016


Ponta Delgada, 3 de junho de 2016

Continuo a sentir uma necessidade imensa de mudar o tipo de registo que vou fazendo. Outrora já senti isso e, hoje, essa necessidade nota-se a cada desenho que vou fazendo. Não encontro um sentido de registo idêntico ao anterior. Às vezes, penso que é da observação que vou fazendo aos múltiplos tipos de registo efetuados por amigos “facebokianos”, com o mesmo espírito do “urban sketch”; outras vezes, penso que é um processo natural de evolução, ou não, do nosso próprio modo de observar e registar. Ainda assim, não desconsidero a influência da minha forma de ser e estar na vida em todo esse processo: pouco habituado a acomodar-me ao que me impõem, livre de pensamento, descomplexado face à crítica e apaixonado pelo registo gráfico. Por todos esses motivos, os rabiscos que vos apresento ao longo deste tempo são uma manifestação de liberdade, de génese açoriana.