"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Correio dos Açores - Edição de 18 de Maio de 2016


Ponta Delgada, 15 de maio de 2016

Depois de na passada semana (de 6 a 8) ter participado em diversas oficinas relacionadas com o diário gráfico e as diferentes formas de representar o nosso dia a dia, hoje ganho a coragem de vos apresentar algo que fui absorvendo a partir deste grande evento. Note-se, contudo, que a coragem não é desproporcional à contenção, pois ambos os elementos que vos apresento já foram aqui abordados, ainda que recorrendo a diferentes técnicas e métodos de observação.


Nesse seguimento, lamento que cá, em S. Miguel, não se proporcione momentos de incentivo promoção e desenvolvimento de atividades que despertem os cidadãos e confiram novas técnicas aos amantes do diário gráfico. O trabalho realizado em escolas e instituições é meritório e, se calhar, vai mais além do que seria suposto. Mas a realização de workshops e oficinas, com abordagens a diferentes tipos de registo, são, sem dúvida, tarefas daqueles que têm na sua génese o registo em diários gráficos. É preciso envolver escolas, casas de culturas e artistas locais, mas sem descurar jamais um dos principais objetivos: chegar ao cidadão comum.

2 comentários:

  1. Grande experiência Paulo, quanto às explorações que cá NÃO ocorrem.. é outra coisa e que não consigo vislumbrar o alcance da afirmação. Todos os dias nesta cidade existem pessoas (várias) que, GRATUITAMENTE (e na retaguarda) transmitem saber, experimentam e partilham com outras pessoas -de igual para igual- o que sabem e descobrem no dominio do desenho e também no âmbito do Diário Gráfico. Há nesta terra muita gente, MUITAS PESSOAS, absolutamente «contagiadas» e a desenvolver um excelente trabalho neste suporte (que também me é querido) e isso não é de agora nem é exclusivo de uma ou outra pessoa. Fico contente que a Antero de Quental seja um desses lugares abertos à comunidade (aos cidadãos comuns, às pessoas desta terra e de outras que cá vêm parar) e que ecoa, PARTILHA e DÁ aos outros o que tem em si e que no aparente anonimato aborda e aprofunda saberes que potenciam o espaço e o individuo livre autónomo, livre e criativo. Um abraço Paulo e bons desenhos.

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  2. é a sua opinião, Alexandra. eu também tenho direito à minha. se leu bem o texto: "O trabalho realizado em escolas e instituições é meritório e, se calhar, vai mais além do que seria suposto." Portanto, dizer que há "muitas pessoas absolutamente contagiadas" é um tanto ou quanto surreal. Não há workshops, não há palestras/tertúlias a preceder um encontro, não há convites a artistas locais para falar sobre o registo em diários gráficos, e estes sei que há muitos. Para além disso, no anonimato não se chega aos cidadãos comuns. Passe bem e continuação de bons desenhos que os seus tanto aprecio.

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